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Daniel Sampaio: what a coincidence!

por Fátima Pinheiro, em 23.05.14

 

                                                               Daniel Sampaio

                                                               da net

 

Parece mentira mas tinha escrito no meu bloco de notas na 4ªf: “apanhar o Daniel Sampaio”.  Ontem fui almoçar à Versailles. Já estava na mousse de chocolate quando vi um senhor que me pareceu ele, mas eu vejo mal ao longe, e achei que já andava a sonhar alto. Mas era ele, vim depois a perceber. À saída da pastelaria resolvi comprar uns bolos para os miúdos, e parei então no balcão, até que vi aparecer um amigo que ia ter com…o dito cujo. “Apresenta-mo” !!!! Pronto. Apanhei-o. Isto porquê? É simples. Queria perguntar-lhe umas coisas que me interessam mesmo, coisas que não sei, e que acho que ele sabe melhor que ninguém. Está na cara.

 

Funciono assim: não sei, logo pergunto (não vou nos cartesianos pensares). E para quê perder o tempo nas escadas quando em certos casos se pode pular logo de “andar”; às vezes agarrada a outros tipos de corrimão, eu sei. Quando estava a escrever o livro sobre a Maria Ulrich (Tenacitas) apanhava coisas do género – nas milhares de notas soltas que aquele manancial de escritos ainda tem por catalogar como deve ser -, escritos em pequenos papéis, blocos de notas, diários: “escrever ao Salazar”: e, ao lado, a lista de compras de supermercado que tinha que fazer. E Daniel Sampaio?

 

Não gosto que o tratem por “o irmão do Jorge Sampaio” (quem não tem irmão, como é?; estou a brincar….) e há muito que sigo o que diz e escreve. Há pessoas que tenho que ler em carne e osso. Que hei-de fazer. E há coisas que não deixo para o dia de amanhã. Já tenho mais de sete vidas. A última foi há duas semanas quando, indo eu no lugar do morto, um carro se enfiou pela porta do meu lado, onde iamos na maior. Safamo-nos porque o outro carro guinou à direita quando nos viu, e só não nos furou por 5 unhas. Só para verem: a porta da minha condutora ficou sem abrir e o carro foi para a sucapa. Chamem-lhe o que quiserem. Para mim é a pedagogia do tempo e das horas. Paulo não caiu do cavalo? Pois eu cai dum Polo. Ainda me acentuou esta ideia de fazer o que quero, assim que posso fazê-lo.

 

Agora quero falar com o Miguel Guilherme, para mim um -  senão “o” -  melhor actor da sua geração. Já está anotado na agenda. E, há um caso que ainda não considero perdido porque acredito mesmo no “when I wish upon a star”. Estou farta de o dizer. Hei-de conseguir. Não se tratam de “fezadas”. Tenho verificado que são coisas que me acontecem. A última mais evidente foi eu querer ver as filmagens do filme que Manoel de Oliveira está a fazer. Meti-me no intercidades, e sem saber a minha sorte, não é que não só assisti, como lhe preguei duas beijocas. Só porque ele ia descansar num intervalo das filmagens e se cruzou comigo no passeio que ia dar ao local das ditas, que eu sabia vagamente onde era.

 

Com Daniel Sampaio ainda não acabou. Escreverei aqui o que aprendi. Despedi-me com um beijinho. Parece que ele tem sangue inglês e apesar de ter vivido em Sintra – a minha terra natal – não é um saloio como eu. Tenho, também por isso, bom gosto, e apesar de não me faltar nada do que é português, gosto e tento fazer tudo o que me faz bem. Venha de onde vier. Recebo por isso de bandeja muitas coisas quando de certo modo já as esperava, mas da forma que  menos imaginava. Neste caso entre uns croquetes, uns pasteis de nata, e um amigo que não via há muito tempo. São co-incidências. Os miúdos adoraram o lanche.

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