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Manuel Arouca: a sua "Fátima no Mundo"

por Fátima Pinheiro, em 18.05.14

 

                                Rio de Janeiro, réplica da Capelinha das Aparições de Fátima

                                da net

 

Manuel Arouca não sei quem é. Disseram-me que se converteu e que acaba de apresentar ao público um documentário seu, sobre Nossa Senhora de Fátima no Mundo. Não me entusiasmei. Conheço “bem” Fátima e não me sobra muito tempo para ver mais do mesmo. Mas fui ver. O documentário não é nada do que eu tinha imaginado. Ficou para mim mais claro que Fátima não tem “mensagem”. Que é sim uma vida. E que é melhor saber como ela anda por esse mundo  fora. A obra de Arouca corre contudo um risco: o de reforçar a postura pseudo-intelectual que afirma a pés juntos que o fenómeno é uma grande dose de ignorância, crendice e oportunismo. Uma grande “treta” que só serve para engrossar os cofres do Vaticano, como se costuma dizer. Mas quem arrisca não petisca! Parabéns Manuel Arouca…

 

Por acaso já sabia que no Rio de Janeiro há uma réplica (igual, igual mesmo) da Capelinha das Aparições. Sabia que  Brasil, Angola e  Moçambique, são fervorosos devotos. Agora, Hospitais, Universidades, Escolas, com o nome “Fátima”?  Um liceu com uma imagem da Senhora à porta a levar festinhas daquelas mochilas de adolescentes, ao entrar e ao sair das aulas? ”Fátimas” aos molhos em sítios de olhos em bico, Correia, China? Ou nos Estados Unidos, Macau, ou em locais de culto hindu? Destes últimos recordo uma imagem de Fátima num andor que é um dragão vermelho, transportadas pelos servitas lá do sítio; ou a de um grupo de hindus de grinaldas no pescoço a colocarem (coisa que fazem já por tradição) grinaldas no pescoço de Fátima. Isto e mais, umas atrás das outras, não sabia.

 

E mais. Testemunhos, em entrevistas dadas pelos próprios a um ritmo muito natural, de conversões que não fazia a mínima ideia. Nem imagino as que já sei que não sei. Como a daquela mulher que veio de longe à Cova da Iria, pedir a Fátima que lhe desse um marido. O que lhe deu a Senhora? O encargo amoroso de uma obra que hoje acolhe centenas de órfãs e que aquela mulher leva com toda a alegria! Ou a daquele homem, bêbado e drogado até aos cabelos e que conta o seu desejo enorme de sair de tal alienação. Num estado já terminal, a mulher leva-o ao Hospital que tem no nome a palavra “Fátima”, creio que em Fortaleza. E ele conta que aí vira uma senhora de branco. Vão depois a uma Igreja e ele, ao olhar para uma imagem que lá estava, vestida de branco reconhece: “é ela, aquela senhora de branco que me curou!” O episódio acaba com o documentário a mostrar uma fotografia dele com a família, novo em folha, todo “cheiroso” e bonitão, rodeado de belas mulheres e crianças. A escancarar que no desejar e pedir está o segredo do viver.

 

Fátima é então também esta vida. Uma das pessoas que foi comigo disse-me: “esperava vir a saber sobre a mensagem de Fátima…os segredos e coisas do género; e não, isto é diferente.” Disse-lhe que a percebia mas que para essas coisas lhe podia emprestar um livro muito bom sobre isso: “O segredo que conduz o Papa”, da vaticanista Aura Miguel.

 

O documentário está até hoje nas Amoreiras. Mas vai andar por aí. Mostra como Fátima é acolhida, vivida, em todos os cantos do mundo, por pessoas de culturas e tradições bem diferentes. E curioso é que não perde a identidade. Antes pelo contrário. A multiplicidade reforça o que a Senhora veio a Portugal “fazer” em 1917. Eu que já “sabia” o segredo em todas as suas “partes”, ganhei em humanidade. Percebi melhor que não é o “negativo”  (o negócio, os joelhos feridos, as mentiras …) que tapa o essencial - aliás o mesmo se passa com o futebol e coisas quejandas.

 

“Fátima no mundo” deu-me mais Fátima em mim. Remete-me de forma mais evidente  para quem, um dia -  na barriga daquela rapariga de 15 anos que, entre outros nomes, se dá também conhecida  pelo de “Fátima” - decidiu fazer-se um de nós, para que nós fossemos cada vez mais parecidos com Ele. Os maiores!

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