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"expresso" cada manhã
Papa Francisco, Rabib Abraham e Iman Omar Abboud, anteontem em Jerusalém
fotografia tirada da net
O voo à Terra Santa não foi visita política. Foi correr para agarrar o essencial. O que faz correr Francisco assim? O livro sagrado tem a “definição” de amor no capítulo 13 da Primeira carta aos Coríntios. Aí se diz que o Amor é uma construção, mas a partir de um Dom, de algo que “já está”. O mesmo se diga da Unidade. Aqui vem a questão: se é um Dom, por que razão o peço, por que há que pedi-lo? Sim, porque o sucessor de Pedro insiste em que peçamos – ou rezemos, que é o mesmo -, sempre e insistentemente. Mais uma vez o certeiro Chesterton a notar que a verdade está no Paradoxo. Mas S. Agostinho ainda diz “melhor”.
O que escrevo faz sentido para quem precisa de ser salvo. Eu preciso. Sei por experiência que preciso de mãos que me levantem todos os dias, de olhos onde vejo portas e janelas, de abraços que me curem as feridas. Pelas minhas mãos nada disto acontece e acontece (outra vez o paradoxo que ilumina): “o amor é paciente, é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento./ Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade./Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (da tal carta de S.Paulo). Aquele abraço da Terra Santa, acima na fotografia, diz tudo.
Repito as palavras de S.Agostinho à minha maneira: Deus criou-te sem ti mas não te salva sem que o queiras, sem a tua liberdade, o teu sim a ti mesmo, ao que és por dentro. Quando os irmãos “desavindos” se deixam apertar nos doces braços do Pai, choram de alegria. Convertem-se, isto é, o seu coração, a sua razão, alarga. Abraça o mundo. De boas intenções está o inferno cheio, oiço. E então. Há alguma coisa que vença mais que o fogo do Amor? Eles correm, correm.
O Abraço em que há dias se fundiram o Papa Francisco, o Rabib Abraham e o Iman Omar Abboud, em Jerusalém, mostra ao mundo inteiro que Deus não é uma Utopia mas uma Presença. Uma Presença: vê-se, toca-se. A isto se chama Encarnação. O verbo se fez carne e habita entre nós.
Fátima Campos Ferreira
Uns minutos antes do Programa (fotografia tirada do facebook)
Faz de conta que sou o Eduardo Lourenço e digo “vou a todas”. A verdade é que adoro debates. Neste caso, vou quando posso ao único debate de "informação" no canal 1. Ontem era sobre a Europa. E o “miada” em epígrafe não quer dizer que a conversa tivesse apenas a felina retórica a que já me habituei, sobretudo depois da rapidinha na Sorbonne. Marinho Pinto, a estrela de 25 passado, nem sequer miou! Quem vai a um debate, seja ele qual for, ou vai ou não vai. De corpo inteiro, não apenas de corpo presente. Deixar as coisas a meio? Não obrigada. Ontem, no “palco” foram três os que se deram “todos”. Querem saber quais? Leiam. Não querem, não querem. Eu continuo a correr para agarrar a Europa, porque uma lágrima sua…
Eram 4: ao lado de Marinho estava Ana Gomes, e, em frente, Pedro Reis e João Ferreira. Uma repetente, salvo erro 6ª na lista, um mandatário de uma coligação, e “apenas” dois cabeças de lista. Na plateia um politólogo, e dois constitucionalistas. Jornalistas? Estavam dois na sala (que eu visse…). Então? Então hoje era para dizer - e cito um dos quatro - que os argumentos foram “de parca razão”, para citar a poetisa deputada. Dos da plateia percebi pouco. Que é injustiça violar contratos?!Os meus parcos dois anos de Direito na Católica não terão chegado para perceber mais; mas isto agora não interessa. Fico no palco, aprendi no programa, e partilho. Ah, ia-me esquecendo; gostei que Jorge Pereira da Siva tivesse sublinhado que o mais importante é a qualidade dos deputados do que o partido a que pertencem. Como eu o percebo, a ele e ao sistema. E que há crispação, disse o politólogo André Freire, o que prejudica a argumentação. E para o Tiago Antunes não ficar de fora, deixo um dizer dele: “não se discutiram questões europeias; foi uma pobreza de campanha”.
Aqui vai. Um Pedro diplomático, comtido -ou sempre muito caladinho e comedido (ia a dizer comprometido) - a debitar não o que sabemos, como pleno de lugares comuns. E, claro, contente com o fogo direto entre a menina PS e o galã da CDU. Foi a tal ponto, que Marinho, no meio da miada, disse, ironizando, como é costume: “eu não vim aqui para assistir a um frente a frente entre estes dois.” A jornalista do Canal 1 teve que se levantar várias vezes, vestida, como de costume, e também, de ironia. No final do Programa reconheceu que o debate, desta vez, tinha sido difícil. Mas que era assim. O tema é complexo. (sem que seja necessário juntar-me a Hollande e dizer que isto é um terramoto).
Não digo que muita da responsabilidade é da Comissão Europeia: “O Presidente da Comissão não tem exercido os seus poderes”; “Durão Barroso foi um tristíssimo e fraquíssimo presidente da CE” - disse a menina que ontem estava muito incomodada, mais assanhada que o costume, e que gostou do elogio do colega do lado, de que gostava de tê-la a ela a seu lado; mais do que a Francisco Assis. O mesmo teria dito de Rangel, presumo. Rangel que foi convidado. Rajadas daquelas a Durão Barroso, e depois ficarem no ar. Ou dizer que houve debate sobre a Europa, mas que a culpa é dos media, não faz um debate, Dra. Ana Gomes. Argumente! Ou então Silêncio, que se vai cantar o fado…
Onde estão as questões europeias? Contaram-se espingardas! É poucachinho. E que o fenómeno Marinho Pinto se devia à notoriedade. Resposta deste: “ah pois; o Eusébio é que nunca se candidatou”. E Campos Ferreira, a um “piropo” do homem fenómeno: “eu ia logo para PR!”.
De Europa? Extrapolaram-se resultados. De resto, “no passou nada”, e passou "tudo" (o tal paradoxo de Chesterton...). Foram e são narrativas e interpretações. O Programa tinha em subtítulo: Europa e agora? Agora é preciso cidadanar, desabster-se, cumprir mandatos até ao fim. Porquê? Para que a vida não seja superficial. Não é verdade dizer que "nous sommes déjà - e todos - embarqués?" (Pascal, o filósofo).
Nenhum homem é uma ilha...Transponho para a minha corrida, o que disse o homem que parece ser agora – num lançar de deixa da jornalista – uma espécie de “voz geral da sociedade” - : eu candidatei-me para ser eleita; fui eleita; os mandatos são para ser cumpridos até ao fim; a vitória do PS não é cherne mas uma “perca” de razão. Eu? Sai de lá e estou hoje mais argumentada e em liberdade. Há remédios que começam a fazer efeito no day after. Uma crise pode ser um belo desaFIO. Está em crise a democracia e a ideia de Europa. lembrou alguém nalquele palco,ontem.
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